por Ediel Ribeiro
Rio - Já conhecia Almir Guineto das rodas de samba do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos.
Compositor de grandes sucessos, destacava-se, também, pelo modo extremamente original de executar o banjo - instrumento adaptado com um braço de cavaquinho, que ele introduziu no samba - que afinava à moda das últimas cordas do violão e palhetando-as velozmente, fazendo-as tremular conforme o suingue do repique de mão e do tantã.
Um dia, Tiãozinho, um amigo - divulgador da gravadora RGE - apareceu com Almir Guineto para uma entrevista.
Compositor de grandes sucessos, destacava-se, também, pelo modo extremamente original de executar o banjo - instrumento adaptado com um braço de cavaquinho, que ele introduziu no samba - que afinava à moda das últimas cordas do violão e palhetando-as velozmente, fazendo-as tremular conforme o suingue do repique de mão e do tantã.
Um dia, Tiãozinho, um amigo - divulgador da gravadora RGE - apareceu com Almir Guineto para uma entrevista.
Ele invadiu os estúdios da Rádio
96 FM como sempre no seu estado habitual — em ebulição.
Acabara de lançar seu sétimo LP pela RGE, o gostoso “Pele
de Chocolate”.
Fomos, eu e a Irene, escalados para entrevistar um
dos fundadores do grupo “Fundo de Quintal”, que depois de deixar o grupo, seguia
sua carreira solo.
Regada à cerveja e uísque, a entrevista foi uma das
melhores que fizemos.
Almir falou da infância no Morro do
Salgueiro, do contato ainda na infância com o samba - seu irmão, Chiquinho, foi
um dos fundadores dos "Originais do Samba".
Falou do pai Iraci de Souza,
violonista do grupo “Fina Flor do Samba”, da mãe, dona Nair (mais conhecida
como “Dona Fia”), compositora e uma das principais figuras da Acadêmicos do
Salgueiro.
E do tio Mazinho, que tocava banjo no Salgueiro, e foi quem lhe deu a inspiração para levar o instrumento para o samba.
E do tio Mazinho, que tocava banjo no Salgueiro, e foi quem lhe deu a inspiração para levar o instrumento para o samba.
Revelou que no final dos anos 70
mudou-se para São Paulo e tornou-se cavaquinista dos “Originais do Samba”, onde
gravou seu primeiro samba: “Bebedeira do Zé”.
Falou da volta ao Rio, No início dos anos
80, e como junto com os amigos Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany, fundou o grupo “Fundo de
Quintal”.
E,
claro, falou do disco da RGE.
Almir
falava pelos cotovelos. Foram duas fitas cassetes gravadas.
No final da entrevista, Almir se aproximou da janela, e ainda com o copo na mão, sentou-se no parapeito - no terceiro andar do prédio - e comentou: “A vista daqui é muito bonita”.
No final da entrevista, Almir se aproximou da janela, e ainda com o copo na mão, sentou-se no parapeito - no terceiro andar do prédio - e comentou: “A vista daqui é muito bonita”.
Tiãozinho
quase teve um treco.
Almir era assim, intenso e em constante ebulição.
O sambista faleceu no dia 5 de maio de 2017, no Rio de Janeiro.
*Ediel Ribeiro é jornalista e escritor
O sambista faleceu no dia 5 de maio de 2017, no Rio de Janeiro.
*Ediel Ribeiro é jornalista e escritor
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