por Ediel Ribeiro
São Paulo - Uma das minhas manias, ao viajar, é conhecer os botecos das cidades.
Em São Paulo - onde fomos, eu e a Sheila, para o lançamento do livro “90 Maluquinhos por Ziraldo” -, como disse Jaguar, o sujeito pode passar um ano inteiro indo a bares todos os dias, sem repetir nenhum.
Então, na nossa (com licença, Jaguar!) Busca Insaciável do Prazer (BIP), fomos conhecer um que ainda não conhecíamos: o ‘Bar do Cofre’.
O Bar do Cofre, é um boteco sofisticado que fica escondido no subsolo do Farol Santander, antigo Banespão, no centro histórico de São Paulo.
O ambiente, a meia-luz, é dominado por uma aura de charme e mistério. Uma luz âmbar forte, meio avermelhada, inunda o bar e a coquetelaria. Neste espaço, sentado em frente ao balcão, você vê a mágica dos bartenders acontecer. Uma combinação de variedade e intensidade de sabores diferentes, aromas, texturas e efeitos visuais que melhoram a experiência de beber um simples cocktail.
Os sentidos e a mente ficam livres para admirar e experimentar diversas opções de coquetéis, utilizando o melhor da mixologia mundial.
Instalado no cofre de um dos bancos mais históricos da cidade, lances de escada abaixo do Farol Santander, guardado a sete chaves e atrás de grades de aço em um espaço tombado, onde antigamente havia o antigo Banco do Estado de São Paulo, o "Banespa", no centro histórico da capital, fica o Bar do Cofre.
Os arquitetos que reformaram o prédio, mantiveram as características originais do ambiente, como portas circulares feitas de concreto e aço reforçado, além do teto de aço e pisos e paredes de mármore.
Assim que atravessa as grades, o cliente vê o bar totalmente iluminado no fundo do salão. Nesta sala, também fazem parte da decoração as antigas cadeiras e poltronas do antigo Banespa. Nas laterais, há duas portas em aço de 16 toneladas.
A porta da esquerda leva para uma sala inteiramente tombada que, após intenso processo de restauro, ganhou grandes sofás estofados que ajudam na acústica da casa, um bar e manteve as quase duas mil caixas de depósito individuais e originais, agora parte da decoração.
A porta da direita leva a um lounge com móveis do antigo Banespa, tapetes, luminárias, mesinhas, telefones antigos e um grande sofá art-deco amarelo. Os dois ambientes são interligados por portas de aço.
Além disso, o Bar do Cofre oferece uma variedade de petiscos, entre eles, a porção de pasteiszinhos mistos e a croqueta de pupunha (premiada pela revista Veja), Faz muito sucesso, também, a carta de coquetéis clássicos de criações exclusivas do bar. Sheila pediu o Bijoux de frutas vermelhas: gin indiano, vermute bianco, licor bizantino, lúpulo, orgeat, falernum, limão taiti e frutas vermelhas. Eu fiquei na cervejinha tradicional: Stella Artois.
O prédio do antigo Banespa, reinaugurado em 25 de janeiro de 2018, como parte das comemorações do aniversário de São Paulo, foi batizado de Farol Santander. O nome Farol vem da cúpula do prédio em formato de farol.
Construído entre 1939 e 1947 - durante a 2ª. Guerra Mundial -, o prédio é inspirado no Empire State Building, de Nova Iorque. Neste período, por conta da guerra, a construção teve problemas para importar muitos dos seus materiais, o que provocou atrasos no término da obra.
O prédio já foi o edifício mais alto de São Paulo, mas, em 1965, foi superado pelo Edifício Itália. São 35 andares, 161 metros de altura, 900 degraus, 1.119 janelas. Atualmente, é o terceiro arranha-céu mais alto de São Paulo.
O Farol Santander tem espalhado pelos seus mais de 30 andares, além do bar, diversos mirantes, várias exposições de arte, além de móveis e utensílios do antigo Banespa.
*Ediel Ribeiro é jornalista, cartunista e escritor.
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