domingo, 7 de agosto de 2022

SIMPLESMENTE, JÔ



por Ediel Ribeiro

 

Rio - Jô Soares foi fazer companhia a Chico Anysio no céu. Do inferno, dá pra ouvir os dois gargalhando.

Estamos ficando sem ídolos.

Era fã dos dois. Meu sonho era ser entrevistado pelo Jô. Todo mundo foi. Alguns, várias vezes, como o Ziraldo e o Adão Iturrusgarai. 

Não bebi da sua famosa caneca, mas bebi da fonte de sua inteligência e humor. Assisti aos seus programas, a seus shows e li seus livros.  

Jô Soares, nascido José Eugênio Soares, foi apresentador, humorista, escritor, diretor teatral, músico, jornalista, roteirista, ator e artista plástico. Foi tudo isso e muito mais.

Não tenho mais nada para falar do Jô. Todo mundo já falou tudo. 

Vou apenas reproduzir aqui, um trecho do texto que o jornalista e escritor Millôr Fernandes escreveu. em 1983, para o prefácio da autobiografia “O Livro de Jô”,  escrita por Jô Soares em parceria com o jornalista e editor Matinas Suzuki Jr:

"Eclético total, o que mais gosta é tudo. Sua expressão facial está na cara. Sua expressão corporal só se vê quando ele para. No dia em que morrer não deseja choro nem vela. 

Quer um enterro bem simples: apenas um caixão de pinho com oitocentos bispos vestidos de púrpura em volta, trezentas câmeras filmando e narração em dezessete línguas. Igualzinho ao do papa".

Ele merece.

Jô nasceu no Rio de Janeiro em janeiro de 1938, filho de Orlando Soares e Mercedes Leal Soares. O casal já havia desistido de ter filhos, e a mãe de Jô, então com 40 anos, descobriu que estava grávida por acaso, já em estágio avançado da gravidez, depois de sentir dores enquanto cavalgava.

Mudou ainda adolescente para a Europa (estudou de 1951 a 1956 na Suíça, onde ganhou o apelido de Joe) e pensava em ser diplomata naquela época. Mas a paixão pelo teatro (área em que arriscava já alguns números) o levou à carreira artística quando ele precisou voltar ao Brasil em meados dos anos 1950.

O resto é história.

Um beijo, gordo.


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