ROCHINHA, UM CARTUNISTA EM PRETO E BRANCO

por Ediel Ribeiro

Rio - O Brasil é um país cheio de artistas. 

Por mais que a política do presidente Jair Bolsonaro tente acabar com a arte e a cultura, os talentos brotam de todos os recantos do país.

São tantos, que muitos, por mais talentosos que sejam, pouco ou nada ouvimos falar deles. É o caso do cartunista gaúcho, Francisco Rocha, mais conhecido como Rochinha.

Confesso, nunca tinha ouvido falar nele. A primeira vez que vi e ouvi sobre o talentoso cartunista foi na viagem que fizemos, eu e a Sheila a Porto Alegre, em 2020.

Hoje, recebi a notícia do falecimento do artista.

Ilustrador e caricaturista, Rochinha era gaúcho de Porto Alegre. Torcedor fanático do Internacional, radicou-se em São Paulo no início dos anos 80. Passou uma temporada em Portugal, nos anos 90 e logo depois fixou moradia em Goiânia. 

Em 2019 voltou a morar  em Porto Alegre.

Formado em arquitetura pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo, o cartunista era apontado como um dos melhores do país.  

Conhecido por sua obsessão pelos detalhes e pela excelente  técnica com traços preto e branco, foi um dos mais admirados cartunistas gaúchos.

Com mais de 40 anos de atuação na área, Rochinha trabalhou em jornais como ‘El País’, ‘L’Express’, ‘O Globo’, ‘O Popular’, ‘O Estado de S. Paulo’ e no 'Pasquim', de São Paulo.

A amiga Polly Duarte, que trabalhou com Rochinha por cerca de 10 anos no ‘O Popular’, disse que ele era uma das pessoas mais inteligentes e talentosas que conheceu. “Brincando, chamávamos ele de enciclopédia ambulante”, disse. 

Francisco Rocha já não desenhava mais em razão dos problemas de saúde. O cartunista estava com problemas pulmonares e diabetes há algum tempo e aguardava para fazer transplante de rins.

Rochinha, morreu na segunda-feira (9/5), vítima de infarto, na cidade de Porto Alegre.

*Ediel Ribeiro é jornalista, cartunista e escritor.