sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A POESIA INDIANA



por Ediel Ribeiro


Um livro aberto é um cérebro que fala; Fechado, um amigo que espera; Esquecido, uma alma que perdoa; Destruído, um coração que chora.  (Rabindranath Tagore)


Rio - Gosto de ler poesias. Tenho lido muita poesia, especialmente a poesia indiana.

Recentemente, descobri a poesia moderna de Rupi Kaur e, hoje, a poesia clássica de Rabindranath Tagore, o mais famoso dos poetas indianos.

Tagore nasceu em Calcutá, na Índia, em 1861, onde morreu em 7 de agosto de 1941, aos 80 anos. Foi artista plástico, filósofo, poeta, escritor e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1913.

O mais novo de uma família de quatorze irmãos, Tagore pertencia a uma família rica e intelectual. Aos 17 anos foi estudar na Inglaterra, mas voltou para a Índia antes de terminar os estudos.

O artista escreveu ficção, ensaios, contos, poesia e peças de teatro. Mas, sem dúvida, sua fama veio pela beleza especial de seus poemas aos quais ele também colocou música.

Em sua obra engajada política e socialmente, defendeu a independência indiana. Em 1915 foi nomeado Cavaleiro do Rei George V. 

De sua extensa obra destacam-se a peça “O Carteiro e o Rei” e os livros de poesias “O Jardineiro”; “Lua Nova”, “O Fugitivo” e “A Casa e o Mundo”.

Para quem quiser conhecer um pouco da obra de Tagore, separei 3 poemas:

PARECE-ME, MEU AMOR…

Parece-me, meu amor, que antes do dia da vida

você estava debaixo de uma cachoeira de sonhos felizes,

 enchendo seu sangue com sua turbulência líquida.

Ou talvez o seu caminho fosse pelo jardim dos deuses,

e a alegre multidão de jasmim, lírios e loendros

caiu em seus braços em montes e, entrando em seu coração,

houve uma comoção ali.

Sua risada é uma canção, cujas palavras estão se afogando

no grito de melodias; um êxtase do cheiro de algumas flores

não vestir; É como o luar rompendo

Da janela de seus lábios, quando a lua está se escondendo

em seu coração. Não quero mais razões; Eu esqueci o motivo.

Só sei que sua risada é o tumulto da vida em rebelião.

***

ME PERDOE MINHA IMPACIÊNCIA

Perdoe-me hoje minha impaciência, meu amor.

É a primeira chuva de verão, e o arvoredo do rio

Ela está exultante, e as árvores kadam, em flor,

Eles tentam os ventos que passam com taças de vinho aromático.

Olha, para todos os cantos do céu o relâmpago

seus olhares disparam e os ventos sobem por seus cabelos.

Perdoe-me hoje se me render a você, meu amor. O que de cada

dia ele está escondido na vagueza da chuva; todos os

os empregos pararam na aldeia; os prados são

abandonado. E a vinda da chuva encontrou em seu

olhos escuros, sua música, e julho, à sua porta, espere, com

jasmim para o seu cabelo em sua saia azul.

***


EU PEGO SUAS  MÃOS

Eu pego suas mãos e meu coração, procurando por você,

que você sempre me foge depois de palavras e silêncios,

afunda na escuridão de seus olhos.

No entanto, eu sei que devo estar contente com este amor,

com o que vem em rajadas e fugas, porque encontramos

por um momento na encruzilhada.

Eu sou tão poderoso que posso levá-lo através deste

enxame de mundos, por este labirinto de caminhos?

Eu tenho comida para sustentá-lo através da passagem escura e aberta.


*Ediel Ribeiro é jornalista, cartunista e escritor.


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