terça-feira, 4 de agosto de 2020

NÓS CONTAMOS

por Ediel Ribeiro


Rio de Janeiro - Na coluna de hoje eu quero falar de poesia e agradecer a um grupo de poetas da cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo.

Recebi, dias atrás, o gostoso livro “Nós Contamos - Fragmentos de Sentimentos”, do grupo Entremeio Literário. 

Uma coletânea de contos e poesias de poetas da cidade de Mogi e de outros cantos do país.

O grupo existe desde 2007. São poetas que se juntaram para disseminar poesia, incentivar o amor à literatura e acolher escritores e poetas que se reúnem em nome do amor a arte de escrever.

Eu fui um dos acolhidos. Fui recebido com generosidade e carinho, e tive dois poemas meus publicados nesta obra, mesmo não sendo poeta.

Minha história com a poesia, é uma história de amor. Escrevo por amor, sem pretensões literárias. 

Não acho que existam receitas para se escrever um poema. Como ensinou o poeta:

“Não aprendi nos livros nenhuma receita para a composição de um poema; e, por minha vez, não deixarei impresso sequer um conselho, modo ou estilo para que os novos poetas recebam de mim alguma gota de suposta sabedoria”. (Pablo Neruda)

Os poetas paulistas não pretendem ensinar a escrever poesias, eles só querem mostrá-las para o mundo. Taí três delas:


Vazio


Minha poesia 

Está num bar vazio

Onde putas seminuas

Dançam Leonard Cohen


Minha poesia 

Está nos becos imundos

Onde os bêbados jazem

Dentro de garrafas vazias


Minha poesia 

Está no corpo, nos olhos

E nos cabelos 

Da mulher que amo


Minha poesia

Está em mim

Querendo sair

Porque não sou poeta.


(Ediel Ribeiro)


Livro


A chuva umedece meu corpo

O frio corta minha pele

É noite de solidão

É noite de espera


A leitura me faz companhia

Leio contos

Leio versos e poesias

A espera se torna alegria


As poesias encantam

Os contos me fazem refletir

Na escuridão fria e úmida

A felicidade de ter um livro aqui.


(Sheila Kuno)


Despir-se


Despir-se

de tecido

é fácil.


Difícil é tecer

sentimentos


Com fios de

respeito,

paixão,

bem-querer…


Fazer da palavra

pequenos botões,

que se abrem 

lentamente.


Em uma nudez

transcendental.


(Carla Pozo)


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