sexta-feira, 8 de maio de 2020

O CARTUNISTA, FLÁVIO MIGLIACCIO




por Ediel Ribeiro


Rio - Li, com pesar, no twitter do escritor Walcyr Carrasco, a notícia da morte do ator, Flávio Migliaccio.

Uma perda irreparável para o teatro, a TV e o cinema brasileiro.

O ator nasceu na cidade de São Paulo - no bairro do Brás, no dia 26 de agosto de 1934 - filho de Domingos Migliaccio e Jandira Machado.

É um dos filhos de uma família de dezessete irmãos, entre eles a atriz e comediante Dirce Migliaccio, já falecida.

Casado com Ivone Migliaccio, e pai do jornalista Marcelo Migliaccio, Flávio Migliaccio iniciou a carreira atuando em peças de teatro na periferia de São Paulo, onde logo descobriu a sua veia cômica.

Flávio era muito conhecido pelo seu charme e sensualidade no seu papel de Xerife na série de TV brasileira Shazan, Xerife e Cia., e pelo papel de Tio Maneco, na série exibida pela TVE.

Na Rede Globo pôde ser visto com grande destaque nas novelas Rainha da Sucata, Perigosas Peruas, A Próxima Vítima, Vila Madalena, Senhora do Destino e Passione, entre muitas outras.

Flávio Migliaccio ficou conhecido, principalmente, pelos trabalhos que realizou no teatro, na TV e no cinema.
Mas o talento de Migliaccio era muito maior.

Além de ótimo ator Migliaccio foi escritor, produtor, diretor, roteirista e cartunista bisexto.

Sim, acreditem, Migliaccio foi cartunista! E dos bons!

Como cartunista, participou de diversos Salões e Mostras de Humor.

Publicou trabalhos no "Pasquim" e fez parte do livro "Antologia Brasileira de Humor".

Em 1973, ganhou o Grande Prêmio do Salão Mackenzie de Humor e Quadrinhos.

Foram 66 anos de uma carreira marcada por personagens populares e divertidos.

Flávio Migliaccio, que, além de ator, foi roteirista e diretor, participou de mais de 30 novelas e minisséries, e deixa um legado de alegria e leveza.

Flávio Migliaccio tinha 85 anos e morreu - no dia 4 de maio de 2020 - em seu sítio, em Rio Bonito, no interior do estado do Rio de Janeiro, calma e serenamente, como levou toda a vida. Estava cansado. Deixou apenas uma carta.

Segundo a perícia, a causa da morte foi suicídio.

“Eu queria aproveitar essa oportunidade para agradecer a você, meu grande amigo, tudo o que você fez pelo teatro, pelo cinema, pela televisão. Vá com Deus”, disse o ator Ary Fontoura.

O ator foi embora sem despedida, sem o choro das novelas, sem o riso dos palcos, e sem palavras, como seus belos cartuns.


*Ediel Ribeiro é jornalista, cartunista e escritor.

*Crônica publicada no jornal O Folha de Minas, no dia 5 de maio de 2020.

 

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