Foi um grande prazer tê-lo conhecido, ter jogado com ele e de ter, algumas vezes, bebido com ele - ele, só refrigerante - e de ter tido a alegria de conhecer alguém que ajudou o Rio ser mais Rio e o Flamengo mais Flamengo.
Índio era um grande papo. Um grande contador de causos. Eu gostava de ouvir suas histórias. Como, por exemplo, a do dia em que Togo Renan Soares, o Kanela - maior treinador da história do basquete brasileiro - o viu jogando uma pelada na Ilha do Governador e o levou para o Flamengo, quando ainda era jogador do Bangu.
Outra, sobre o ídolo Zizinho: “A gente (os juvenis) não chegava perto dele, não. Ficava de longe só olhando. Eu ia para o campo nos treinamentos e ficava observando muito o Zizinho, não é? Como ele corria, como jogava. Passei até a imitar ele depois”, relembrou.
Mais uma: Ìndio gostava de lembrar os quatro gols marcados na vitória elástica por 12 a 2 sobre o São Cristóvão, na maior goleada da história do Maracanã.
Em sua trajetória pela seleção brasileira participou de 10 jogos e marcou 5 gols, fazendo parte do time que disputou a Copa do mundo de 1954, na Suíça. Com a camisa da Seleção também disputou a Copa América de 1957.
Índio também teve presença decisiva nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958, foi titular e marcou o gol mais importante da carreira em uma das partidas decisivas contra o Peru que deu a vaga para o Brasil.
Índio, porém, não foi à Copa. Um dedo mindinho quebrado, dias antes da convocação do técnico Vicente Feola para a Copa do Mundo de 1958, fez o atleta ver a sua vaga sendo ocupada por "um certo" Pelé, então um jovem promissor de 17 anos.
Além de um grande jogador - um dos mais importantes da história do Flamengo e do futebol brasileiro - era um grande homem, humilde, gentil e generoso.
Índio, irônicamente, faleceu no 19 de abril de 2020 - 'Dia do Índio' - no Rio de Janeiro, aos 89 anos.
Uma grande perda para o esporte e para nós que éramos seus amigos e fãs.
Adeus, amigo.
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