PRA COMEÇO DE CONVERSA
Por Ediel
Meu nome é Ediel.
Um nome único. Carioca, torcedor do futebol em geral e do Flamengo em particular.
Um nome único. Carioca, torcedor do futebol em geral e do Flamengo em particular.
Pró-Da Silva-na-seleção, mas aberto ao diálogo, que eu não sou louco. Vou jogar no quatro-dois-quatro, mas sem descuidar da defesa.
Credenciais, poucas. Não costumo discutir política, futebol, nem religião, mas, como a causa – tô duro – é nobre, vou abrir uma exceção.
Ganhei vários prêmios como jornalista esportivo. Prêmios sobre os quais a modéstia me impede de falar. Isso, mais o fato de que poucas pessoas já ouviram falar de tais premiaçòes.
Acabou a miséria. Foi só os dirigentes do Flamengo descobrirem que eu tô na FOLHA e – na falta de algo melhor para fazer – tiveram a “brilhante” idéia de me convidar para treinar o time.
Já disse para não contarem comigo. Quando falei em fazer sacrifício pelo Flamengo eu me referia a viajar, acompanhar o time ou falar bem dos jogadores no jornal.
Mas treinar o time já é demais! Convidem o Luxemburgo que é mais chato, tá desempregado e é muito mais competente. De jeito nenhum! Tô fora!
Isso vai acabar mal. Eu sei que vai. Conheço essas “idéias” dos cartolas. A idéia do campeonato por pontos corridos foi deles. Eles dizem que não, mas foi. Os jogos a meia-noite, também. Agora é essa história de treinador.
Mas, pensando bem, se um torneiro-mecânico pode dirigir o país, creio que posso tocar o trabalho. Quando nada, pelo dinheiro.
Dou nó na gravata sozinho, xingo e faço cara de mau convincente e praguejo com fluência, inclusive em inglês. Não tenho problemas com calculadoras, pranchetas e adoro gráficos coloridos.
Garanto também que consigo cruzar os braços, fingir preocupação e zanzar à beira do campo, gritando, durante os 90 minutos.
Sei distinguir os Da Silvas dos Romários da vida. E sei que nas entrevistas, devo me ater ao jogo e atribuir o resultado (vitória) aos jogadores e (derrota) a mim, ou no máximo, ao estado do gramado.
Por ter acompanhado muitos treinos, percebi que orientar um time não deve ser lá tão difícil. Decorei a meia-dúzia de esquemas que eles aplicam. E não vi ninguém mais talentoso que eu para carregar o saco com o material.
Vocês hão de perguntar por que não ingresso nesta nova profissão com calma, por um time pequeno. Talvez o Bonsucesso.
Esclareço: no Flamengo, com um time bom nas mãos, até o Celso Roth pode ser campeão.
Ao contrário do Bonsucesso, que, nem com os jogadores da seleção, vai.
E depois, alguns treinadores que passaram pelo Flamengo - como eu - não são lá essas coisas.
O Celso Roth, por exemplo, não ganhou um campeonato sequer até agora, façanha que eu repetiria sem suor.
Mas, como eles não pagam plano de saúde, tô fora!
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