sexta-feira, 24 de março de 2017

MINHA PAIXÃO POR BÚZIOS

Por Ediel

Rio - Sempre vivi em cidades grandes e movimentadas. Nasci no Rio de Janeiro, passei parte da infância em João Pessoa, na Paraíba, e boa parte da adolescência entre Minas Gerais e São Paulo.

Sempre fui muito urbano, transitei em grandes cidades por toda a minha vida. Viver em Búzios foi um processo, sobretudo, artístico.

Tudo fluía bem na minha vida agitada até que, no carnaval de 1978, durante uma estada em Iguaba, conheci o balneário de Armação dos Búzios.

Fiquei encantado com a Rua das Pedras, cheia de bares, restaurantes e lojas de grife, entupida de turistas argentinos, alemães, japoneses e, pásmem, mineiros. Uma garotada bonita e bronzeada.

Fascinado pelas sedutoras tentações do balneário, percorri toda cidade a pé. Acredito que essa é a melhor maneira de conhecer Búzios: a pé, compartilhando de seus hábitos, ouvindo seus ruídos, sentindo seus cheiros, vendo de perto suas luzes e cores e convivendo com seus nativos.

Fiquei apaixonado. Tempos depois, minha família comprou uma casa na Ferradura e eu sempre que podia, passava os verões no balneário.

Aos poucos fui desvendando segredos apenas conhecidos pelos moradores locais, como o sanduíches de linguiça servidos – uma delícia – em postos de gasolina. A comida deliciosa e o crepúsculo do Cigalon.


A programação do Cine Bard nico da cidade, fundado em 1994 pelo argentino Mario José Paz -, montada ao gosto da freguesia.

Fui apresentado à irreverência do “Perú Molhado - O Maior Jornal de Búzios”. Um “Pasquim” local fundado e editado desde 1981 pelo também argentino, Marcelo Lartigue, que exibia as criativas capas criadas pelos meus amigos cartunistas, Ykenga e Jaguar.

Convivi com a beleza fria de Woody Allen, no Cine Bardot, com Brigite Bardot e Juscelino Kubitschek - ex-presidente do Brasil que, segundo relatos históricos, frequentava a casa "Solar do Peixe Vivo", na década de 1950 – na orla Bardot.

Deliciei-me com as histórias de Brigite Bardot - atriz e símbolo sexual dos anos 50 - que imortalizou, nos anos 60, Armação dos Búzios. Até então, uma pacata vila de pescadores.

Comovi-me com a tragédia de Ângela Diniz, uma socialite brasileira assassinada em dezembro de 1976, em uma casa da Praia dos Ossos, pelo companheiro Doca Street.

Sonhava morar definitivamente naquele paraíso, mas o trabalho sempre me levava de volta ao Rio, após o verão. Até que, este ano, com a possibilidade de lançar o Hic! por aqui, finalmente, deixei o Rio para trás e vim morar em Búzios.

Histórias antigas e novas que, a partir de agora, nós vamos contar nas páginas do Hic! – um jornal de boteco com alma carioca... e buziana. 

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