ÓCIO CRIATIVO
por Ediel
Rio - Às vezes, chamamos o ócio de preguiça, procrastinação, falta de foco, de energia. A lista não tem fim…
O ócio não é a ausência do que fazer.
Ócio é a possibilidade de escolha do que fazer.
A pessoa que resolve ter um ano sabático não o fez por não ter o que fazer.
Muito pelo contrário. Essa pessoa fez e tem tanto a fazer ainda, que resolveu ficar sem fazer nada por um ano.
Às pessoas, frequentemente, confundem emprego com trabalho.
Emprego é fonte de renda.
Trabalho é fonte de vida.
Não é porque eu não tenho um emprego formal - com carteira assinada - que eu não trabalho.
Acontece muito com nós, cartunistas. Quando digo pras pessoas que faço quadrinhos, elas logo perguntam: e trabalho? Qual o seu trabalho?
Mas, porra, desenhar quadrinhos é um trabalho espinhoso!
É mal remunerado, depreciado, desconsiderado e subavaliado
E, normalmente, trabalha mais que os outros!
Quantas vezes você já virou a noite desenhando?
Sem ganhar horas extras. Sem férias ou décimo terceiro.
Aliás, cartunista é uma profissão que nunca faz greve.
Você nunca ouviu falar em greve de cartunista.
Se a gente parar de trabalhar, ninguém nota que a gente começou.
Eu, às vezes, levo o dia todo pra fazer uma tira.
Envolve responsabilidade, ética e comprometimento.
Mas nem por isso tem que deixar de ser prazeroso.
Não existe felicidade no emprego.
A felicidade está no trabalho. Naquilo que você ama fazer.
Há uma tendência de certas pessoas - notadamente os invejosos - de só considerar trabalho, aquilo que exige força física.
Não existe felicidade no emprego.
A felicidade está no trabalho. Naquilo que você ama fazer.
Há uma tendência de certas pessoas - notadamente os invejosos - de só considerar trabalho, aquilo que exige força física.
Se você quebra pedra, é trabalhador; se desenha, escreve, canta ou joga futebol, é vagabundo.
* Ediel Ribeiro é jornalista e escritor
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